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Un pizzico di passato...

Foto do escritor: Sofia RamosSofia Ramos

Atualizado: 18 de jan. de 2021

Tradução: Uma pitada do passado



Madrugada de Domingo, em Roma




[ Helena Bertollini ]


Olhei para o garoto, o seu rosto estava relaxado, tinha os olhos fechados e estava completamente alheio à minha chegada. A sua bochecha, que por norma tinha um tom pálido, ainda estava avermelhada. Sentei-me na borda da banheira e acariciei o seu rosto maltratado, rapidamente abriu os seus olhos na minha direção.


Conseguia ver o reflexo do medo espelhado nas suas esferas azuis, ao acariciar os seus doces lábios com o meu polegar involuntariamente toquei no pequeno corte que o seu lábio inferior possuía, deve ter sentido uma ligeira dor, pois encolhera-se com o meu toque sobre a sua pele ferida. Inclinei-me sobre o seu corpo e beijei-o, todos os músculos do seu corpo ficaram completamente tensos com o meu toque.


A sua inocência era fascinante e divertia-me, era delicioso ver o medo crescer aos poucos dentro dele. A sua ingenuidade instigava-me, oh e quanta ingenuidade... O garoto implorava por clemência sem conhecer a verdadeira dor, temia-me mesmo sem ter conhecido a minha verdadeira natureza, o seu pavor alimentava-me. Mas a minha verdadeira diversão era ver o seu rosto passar de aterrorizado para puro prazer. O meu lado sádico delirava ao ver eles a agonizar de dor, ouvir as lamúrias e gemidos de dor, amava marcá-los com as minhas inúmeras torturas, e quando ficava entediada, a sua utilidade acabava, assim como a sua vida.


Deixei o meu lado sádico adormecido com o garoto, diferente dos outros não foi ele que procurou por mim nem por esta vida, ele não se tinha vendido por uma vida de luxo, ele não merecia sofrer de uma forma tão impiedosa como os outros, eu dei-lhe a chance de provar que podia ser diferente, mas a cada dia que passava jogava fora um pouco dessa chance. Inclinei-me mais um pouco sobre o seu corpo e beijei-o. Afastei-me, e saí da casa de banho para que terminasse o seu banho. Sentei-me na cama macia forrada com o edredão preto. A primeira vez que o vi tinha sido à 6 meses atrás (temos que contar com o tempo que ele já está com ela) numa noite quente de verão, entrei naquela casa à procura dos Benevetti, a sua dívida com a Diamante Di Sangue não parava de aumentar e eu ainda não tinha visto um resquício do dinheiro.






"A música alta ecoava por toda a casa, o jogo de luzes e a máquina de fumo dificultava a minha tarefa, havia pessoas por tudo o que era canto e o cheiro de álcool, drogas e sexo tornavam-se um cocktail nauseabundo. Vaguei os meus olhos pela multidão, não demorou muito para ter o meu alvo na mira.


(...)


Lá estávamos nós os três no escritório, mesmo no andar de cima da casa ouvia-se a música que me começava a dar uma dor de cabeça.


- Então diga-me senhora Bertollini, o que a trás à minha humilde casa?

- Não brinques comigo Benevetti, onde está o dinheiro? - Olhei séria para ele, não tinha tempo para joguinhos idiotas.


- Nós tivemos um pequeno contratempo, mas tudo será resolvido...


- Acho que não estão a entender a situação, eu quero o meu dinheiro e quero agora.


- O problema, é que nós já não temos o seu dinheiro, fizemos um investimento que nos ia render milhões…


- Onde é que o gastaram?


- Num carregamento, senhora Bertollini.


- Então não tem problema, (¿devem me valor?), que eu mesma trato de as?( ) vender e ficamos com as contas certas.


- Só há um pequenino problema…


- E qual seria esse pequenino problema?


- É que desapareceram, o carregamento foi-se...


A minha paciência tinha acabado aqui.


- Estão a dizer-me que perderam 2,5 milhões de euros?


- Bem sim, mas nós vamos pagar, só precisamos de um pouco mais de tempo para conseguirmos o valor...


Soltei uma gargalhada.


- Vamos ver, perderam o dinheiro da Diamante e querem mais tempo?!


- O meu marido já disse que vamos pagar só precisamos de mais tempo! - Jordana bateu com força no tampo da secretária numa tentativa patética de me intimidar, passei a minha língua sobre o meu lábio superior, levantei-me, aproximei-me calmamente da secretária e olhei para ela que estava em pé ao lado do cadeirão de Domenico. Joguei tudo o que estava no tampo da secretária para o chão e num movimento rápido agarrei no seu pescoço e fi-la debruçar-se, enfiei o cano da minha arma dentro da boca dela, sorri, e sussurrei-lhe ao ouvido:


- La prossima volta che apri quella bocca per me, farò esplodere la merda che chiami neuroni. (Da próxima vez que abrires essa boca para mim, eu vou estourar a merda que chamas de neurônios.) Têm seis meses para pagar, não me vou meter mais, após os seis meses vão se acertar com o Danillo. - Empurrei o seu corpo que caiu no chão.


- Quem é que pensa que é para falar assim?! - gritou enquanto limpava o sangue que lhe escorria da boca.


Disparei, acertei a milímetros da cabeça dela.


- Dômenico, este foi o meu último aviso, o próximo eu não vou errar. Bem já está tarde, vou indo, tenham uma boa noite.


Desci as escadas, parei a meio quando o vi. Devia de ter por volta de uns 14 a 15 anos, os seus olhos foi o que me chamou à atenção, tinha uma bandeja nas mãos que não paravam de tremer e o que era previsível aconteceu, derramou as bebidas em cima de um homem, este gritou alguma coisa que não entendi por causa da música, deu um estalo no garoto fazendo-o cair e de seguida pontapeou. Caminhei a passos largos até lá, mas no caminho fui impedida pelo meu motorista:


- Senhora Bertollini, o seu irmão está à sua espera...


- Diz a ele para continuar a esperar... - Desviei-o do meu caminho, mas o garoto já lá não estava.


- Cazzo! (Merda!)


- Vicenzo, viste o garoto loiro que estava aqui, agora mesmo?


- O filho dos Benevitte (ou Benevette? Lá em cima estava assim), senhora!?


- Quero que fiques de olho nele, quero saber tudo o que faz.

-

Com certeza senhora."



[ João Miguel]


Quando entrei no quarto vi-a sentada na cama, suspirei e olhei para os meus pés molhados, não sabia o que fazer, a ansiedade começou a espalhar-se dentro de mim e o meu coração ia saltar do peito a qualquer momento.


- Vem aqui. - Tremi quando ouvi a voz dela, comecei a caminhar na sua direção e quando cheguei perto do seu corpo puxou-me deixando-me entre as suas pernas. Retirou a toalha que estava enrolada à minha cintura e começou a secar o meu corpo.

Juro por tudo que queria entender as suas atitudes, nada neste momento fazia sentido, a minha cabeça estava submersa num mar de incertezas e confusão.


Empurrou-me fazendo-me cair sobre a cama, subiu sobre o meu corpo e pegou nos meus pulsos segurando-os com força sobre a minha cabeça, os seus lábios húmidos tocaram no meu pescoço, arrepiei-me por inteiro, queria parar, mas aquelas sensações eram mais fortes do que a minha razão. O meu ser estava a ser perdido para o pecado da carne, não tinha ideia de quem eu era ou o que estava a fazer com a minha vida, aliás, a vida era realmente minha ou será que lhe teria doado a minha alma? Porque o meu corpo já era dela.




 
 
 

1 Comment


gwstavu de valhalla
gwstavu de valhalla
Jul 31, 2021

sdds ler essa fic , eu entro aqui todo mes na esperança de ter cap novo

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