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Al ristorante con il diavolo

Foto do escritor: Sofia RamosSofia Ramos

Tradução: No restaurante com a diaba


Passado uma semana




[ João Miguel ]

Não aguentava mais o castigo de Helena, a partir daquela noite ela controlava todas as minhas ações... quando tomava banho, o que comia, o que vestia... Literalmente tudo. Quando saía da escola vinha direto para o quarto, mas pior que ficar trancado no quarto era que tinha de estar completamente nu, ordem expressa de Helena, com o argumento de que eu tinha de estar sempre ao seu dispor, o que me destruía por dentro, eu não era a porra de um objeto ou brinquedo sexual, mas sim um ser com consciência crítica e sentimentos, será que ela não entendia isso?


Estava deitado sobre a cama, meti-me à escuta, ela vinha aí. Só pelo som dos saltos a bater contra o soalho de madeira do corredor já sabia que era a Helena. Ao entrar no quarto olhei diretamente para ela, estava calçada com umas botas de cano alto vermelhas, umas jeans pretas, uma camisa também ela vermelha e o seu casaco de cabedal preto.


- Vai tomar banho! - ordenou e virou-se para sair do quarto. Engoli em seco...


- Por quanto mais tempo? Helena, eu já entendi que tem o poder de controlar cada segundo da minha vida, podia me tirar do castigo? — Ela parou a meio do caminho, estava de costas para mim. - Por favor?


- Vai tomar banho! - Voltou a repetir e simplesmente continuou o seu caminho.



(...)


Ao sair do banho tinha uma muda de roupa organizada sobre a cama: umas calças jeans, uma t-shirt preta, uma camisa aos quadrados vermelhos e pretos e por fim uns boxers pretos,

em cima das peças havia um cartão onde estava escrito:


"Estou na garagem

Ass. Helena B."


(...)

Helena estava vestida com uma saia lápis de cabedal vermelha, tinha uma blusa de renda preta que contrastava com a sua pele branca, a sua transparência permitia ver por completo o sutiã vermelho sangue da mesma cor da saia e estava calçada com uns botins vermelhos de veludo. Estava encostada a uma Ferrari vermelha enquanto acabava de fumar um cigarro, olhei para os seus olhos que estavam mais destacados pela sombra preta que os contornava, os seus lábios estavam coloridos com batom vermelho da mesma cor que a saia e os botins.


- Entra no carro. - Fechei os olhos e suspirei fundo.

Ordens e mais ordens...


- Onde vamos? - perguntei enquanto olhava para o caminho pela janela, ela não me respondeu então tentei insistir:


- Por favor, podia...


- Calado. - Olhei para o seu rosto na intenção de interpretar alguma das suas expressões faciais com esperança de entender alguma coisa. O seu rosto estava sério, concentrado na estrada.

Voltei a contemplar o caminho pela janela do carro, o resto do caminho foi feito num silêncio que me estava a torturar.


- Sai do carro. - Quando saí do carro vi que estávamos numa das ruas mais turísticas de Roma, com vários hotéis, lojas com grandes vitrines, restaurantes e cafés.

Estava tão envolvido e distraído a olhar em volta, que não me apercebi que Helena se afastou em direção a um hotel. Dei uma pequena corrida para a alcançar.


O hotel era gigantesco, tinha um bar e um restaurante no seu interior. No interior do restaurante uma empregada de mesa levou-nos até à nossa mesa que era um pouco distante e até escondida das outras. Dei uma olhada rápida na ementa.


Eu nunca tinha ido a um restaurante e aquele era enorme e tão belo, tinha uns candelabros pendurados no teto, tinha música ao vivo, o som do violino entrelaçava-se com os acordes do piano... Tudo era muito sofisticado e bonito, eu não fazia parte daquele mundo. O empregado de mesa regressou para tirar os nossos pedidos, sorri para ele e pedi uma lasanha e uma Coca-Cola.


- Não. São duas saladas de frango com mozzarella, cogumelos e azeitonas pretas. Para ele é uma garrafa de água e para mim o vinho da casa. - O meu sorriso murchou instantaneamente.


- Mas... - Eu ia argumentar, quando a vi levantar a sobrancelha de forma questionadora parei de falar e abaixei a cabeça. Quando o empregado de mesa se retirou e ficámos a sós perguntei baixinho:


- Agora vai ser sempre assim?


- Quem escolheu isto foste tu e só tu, quiseste brincar de revolucionário, agora aguenta as consequências.


- Eu não gosto de cogumelos - resmunguei baixinho. Helena deu uma pequena risada.


- Eu sei, foi por isso que eu os pedi e vais comê-los até não sobrar nenhum no prato eu quero. (Eu quero?)


- Eu já entendi, por favor Helena, eu imploro, eu já não aguento viver assim, nem a minha roupa interior eu posso escolher...


- Convence-me, e a tua punição acaba! - Pousou as mãos sobre a mesa.


- Eu vou fazer tudo direito desta vez, não volto a...


- Não. Vai ser preciso mais do que isso, as tuas palavras já não são suficientes, porque as tuas ações são opostas. — Eu olhei para baixo. - Não são meras palavras que me vão fazer perdoar o teu comportamento, além disso estou a gostar muito de brincar à rainha manda 24h sobre 24h.


- Diga-me o que eu tenho que fazer? Eu faço... Só pare de me tratar como uma marionete sem vida como se eu não tivesse vontade própria. Eu tinha as minhas escolhas porque a Helena permitia, se eu saía de casa com os meus amigos era porque a Helena permitia, e se eu escolhia a minha roupa ou comida que comia era porque me permitia, e tudo o que eu fazia ou faço na minha vida é porque você permite, e mesmo que a minha liberdade fosse pequena já era alguma, peço perdão por ser tolo. — Engoli seco. - Se tenho cama, uma casa, comida e roupa é graças à Helena, e se estou vivo é porque você assim o deseja, por isso qual é a forma de eu remediar a situação? Por favor, diga-me como? — Todas as palavras que saíram da minha boca foram em desespero, eu não aguentava mais viver assim.


- Satisfaz-me! - Quando a sua ordem saiu por entre os seus lábios demorei algum tempo para entender ao que se referia. Enruguei a minha testa em sinal de confusão e perguntei:


- Mas... agora?! E aqui?!


- Querias uma solução para o problema aí tens, agora a escolha do resolveres é tua!


- Pensava que estávamos a jogar à rainha manda! ?


- Gosto de como me tentas irritar, mesmo sabendo que tenho a faca e o queijo na mão. Era mais fácil se eu te obrigasse a submeter a uma coisa, do que ser tu próprio a submeter a ela por vontade própria, por escolha tua. Qual seria a graça se eu facilitasse? Além disso, querias ter escolhas agora tens uma. E a melhor parte é que ainda estamos a jogar à rainha manda, e ela manda fazeres uma escolha! - Pensei um pouco nas suas palavras.


- Humilhação.


- Como?


- Quando diz que quer que eu me submeta a uma "coisa" por vontade própria, essa coisa é a humilhação. Para eu fazer o que deseja aqui e agora eu tenho de me humilhar e ainda seria mais humilhante se eu me humilhasse de livre e espontânea vontade, por isso deu-me a possibilidade de escolher. Se eu disser não, vai continuar no seu joguinho da "rainha manda", se eu disser sim, vai entreter-se com a minha humilhação.


- Ragazzo intelligente (Garoto esperto). Mas vamos ao que interessa, qual vai ser a tua resposta? - Os seus olhos azuis cruzaram-se com os meus, senti um frio subir-me pela espinha a cima.


- Eu escolho após responder-me a uma pergunta! - Eu falei sem tremer mas no meu íntimo eu tinha uma enorme vontade de chorar.


- Garoto, estás a ir por um caminho deveras perigoso. — Deu um estreito sorriso. - Mas eu até gostei da tua ousadia, por isso antes que mude de ideias, qual é a questão?


- Qual das duas seria a mais satisfatória para si? - A sua cara dizia tudo, estava confusa e a sua paciência estava acabar.


- As duas! - Replicou desconfiada.


- Então eu escolho as duas!


- Qual a ideia garoto?


- A Helena disse que queria que eu a satisfizesse, a minha escolha foi satisfatória. — Ela voltou a levantar-me a sobrancelha. - Então está satisfeita.


- Às vezes eu acho que tu gostas de sentir dor. Masoquista? - disse enquanto passou a língua pelos lábios.


- Com certeza não. — Olhei para ela e senti as minhas bochechas começarem a ficar quentes. - Acho que na casa de banho dava para...


- Para isso ia para um dos quartos do hotel.


- Então quer que eu... — O meu coração bateu mais forte quando entendi a sua ideia. - Quer que eu... eu...— Tenho a certeza que virei um tomate sem mesmo ter terminado a frase.


- Sì, è quello che stai pensando (Sim, é mesmo isso que estás a pensar). - Respirei fundo. Olhei para um lado e para o outro para me certificar que ninguém me via, mas quando me ia levantar Helena fez-me um sinal com a mão para parar.


- Só mais uma cosa (coisa), sem mãos, sem toques. A mesma regra de sempre. - Acenei positivamente com a cabeça e esgueirei-me para debaixo da mesa antes que alguém visse.


Vergonhoso se alguém me visse? Sim.

Tinha outra escolha? Podia até ter a ilusão que sim, mas não tinha. A minha sorte era que o grande toalhão branco da mesa me cobria por completo e a mesa era afastada das demais.


Ajoelhei-me entre as suas pernas, o que me surpreendeu foi a sua falta de roupa interior, ela já tinha planeado antes de sair de casa. Passei a minha língua pela sua intimidade e apoiei as minhas mãos no chão. Quando ouvi o nome dela fiquei atento à conversa.


[ Narradora ]


- Helena! - Só de ouvir a voz que a chamava Helena fechou os olhos já sabendo de quem se tratava e respirou fundo, aquele filho de uma puta tinha que interromper o seu momento relaxante.


- Se soubesse que estava aqui tinha eu mesmo a vindo servir, não é todos os dias que temos a honra de receber a dona do hotel.


- Lorenzo, eu posso te ter dado o cargo de gerente, mas se toda a vez que cá venho me incomodas, voltas para a copa para lavares a loiça suja.


- Vejo que estás acompanhada - disse Lorenzo ao notar o outro copo usado.


Momento João Miguel:


Havia duas coisas que o estavam a incomodar completamente.

Uma, quem era aquele homem, como tinha tanta intimidade com ela? E segundo, como é que ela se estava a conter tanto? "Será que não estava a fazer bem?" Foi para onde o seu foi pensamento.


- Mais um para servir de comida aos peixes? - Depois desta subiu um ódio tão grande a João Miguel que ele estava disposto a sair debaixo da mesa e a perguntar qual era o problema daquele sujeito.


- Não te aches tanto Enzo, porque só não tens ainda um tiro no meio da testa porque o meu irmão te estima muito.


- Sei, nenhum sai com vida, mas eu sou uma exceção à regra, não é Lena? - "Lena?", "Enzo?", mas que porra era aquela? Era ele é que estava debaixo da mesa a submeter-se a humilhação e era o outro que recebia os apelidos carinhosos?


Quando se moveu para se afastar da intimidade de Helena sentiu uma pressão bem forte no meio das pernas, Helena pisou no meio das suas pernas quase esmagando o seu ponto fraco, o loiro entendeu o recado e voltou ao que estava a fazer. Helena então foi (ou foi então*?) r.etirando a pressão mas deixou lá o pé como aviso.


- Bem, acho que te irritei que chegue por hoje, não vou mais abusar da minha sorte, então tem o resto de uma boa noite.


- Ah, Enzo, o meu pedido está a demorar uma década, podias ir ver onde está aquele empregado de meia-tigela? E quero fazer uma alteração, em vez de duas saladas afinal é uma salada e uma lasanha de carne e trás uma Coca-Cola.


- De gerente a empregado de mesa, tudo bem boss sempre às ordens. - Assim que o Lorenzo se afastou, Helena passou a mão por baixo da toalha e pressionou a cabeça do garoto até conseguir alcançar o orgasmo. Quando João Miguel saiu debaixo da mesa viu que a face de Helena estava um pouco avermelhada e estava ofegante.

"Afinal não se controlava assim tanto", pensou ele.


[ João Miguel ]


- Quem era? - perguntei.


- Como? - Olhou diretamente para mim.


- O homem que estava aqui agora mesmo, quem era? - Levantei um pouco o meu tom de voz, Helena levantou a sobrancelha e deu uma pequena gargalhada.


- Acho que estás perdido garoto, mas deixa eu te esclarecer (ou, deixa-me esclarecer-te* ficaria melhor?): quem faz aqui as perguntas sou eu, quem dá as ordens sou eu, QUEM LEVANTA AQUI A VOZ SOU EU! — Ao mesmo tempo que acabou de gritar bateu com a mão na mesa enfurecida, estremeci da cabeça ao pés e abaixei a cabeça. - Eu até gosto das nossas brincadeiras e dos jogos de palavras, mas a merda do limite que acabaste de passar quando levantaste a merda do tom para mim não tolero.


- Mas a ele tolera que lhe chame de Lena - resmunguei baixo para que Helena não ouvisse.


- Garoto, vamos aqui esclarecer uma coisa, primeiro eu não te devo coisa alguma, segundo, quem tem que ser fiel a mim és tu não... - Interrompi-a:


- Então não posso estar com ninguém mas a Helena é livre? Não me pode obrigar a aceitar uma coisa... - Deu uma gargalhada mais alta que a anterior.


- Eu não posso? Eu posso tudo o que eu quiser garoto. OLHA PARA MIM ENQUANTO EU FALO CONTIGO PORRA! — Voltou a bater na mesa, olhei nos seus olhos. - Se eu sonhar que estiveste com outra pessoa além de mim és um garotinho morto e eu não estou a brincar. — Agarrou o meu rosto com uma única mão e apertou. - Estamos entendidos? — Continuei a encará-la enquanto segurava o choro. - ESTAMOS ENTENDIDOS PORRA?!


- Si-sim He-Helena. - Ela libertou-me do aperto. O clima estava tenso quando um rapaz se aproximou com a nossa refeição, ao olhar para mim esbugalhou os olhos:


- QUE PORRA É ESTA HELENA?! É só um menino, o que raio tens na cabeça?! Não deve ter mais de 16 anos, por amor de Deus He... - Ela interrompeu-o:


- MAS SERÁ QUE TODA A GENTE HOJE SE ESQUECEU DE QUEM EU SOU E DE ONDE É O VOSSO LUGAR?! QUE CARALHO! QUERES AGORA ABRIR UM BRAÇO DE FERRO COMIGO E METERES-TE EM ALGO QUE NÃO É DA TUA CONTA?! VAIS FAZER O QUÊ, ESCONDER-TE NAS SAIAS DO DANILLO?!


- Não Helena, não me quero meter nos teus negócios, desculpa a minha intromissão...


- SAI DA MINHA FRENTE ANTES QUE EU ESTOURE OS TEUS MIOLOS!


- Então aquele era o Lorenzo... Obrigado por a deixares mais zangada e agora limitares-te a pôr o rabinho entre as pernas e fugires — pensei. - O lado bom era que pelo menos agora já não tinha que comer aqueles cogumelos horríveis. — Sorri com o meu pensamento.


- Hum... Se vou comer lasanha quer dizer que já não estou de castigo? - perguntei baixinho a olhar para o meu prato.


- Quer dizer que me relaxaste mas conseguiste me irritar o dobro depois. - Engoli seco.


- O que posso fazer para me perdoar?






 
 
 

1 Comment


japototodxd
Dec 04, 2021

Eu quero continuaçãoooooo, tá perfeito

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