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Obbedire

Foto do escritor: Sofia RamosSofia Ramos

Tradução: obedecer



Noite de sábado, em Roma



[ Por João Miguel ]


-Bom, depois desta patética cena, vamos a um assunto mais interessante, o quarto agrada-te?! -

Olhei para ela sem entender.


Quem é esta mulher?


Eu sentia que realmente não era uma boa ideia desafiá-la


- O quê?


- Estou a perguntar se gostas do quarto.


- Eu acho que não estou a entender, você trouxe-me até aqui para me perguntar se o quarto me agrada? — É impressão minha ou esta mulher é completamente louca? Ela passou a língua pelos seus lábios.


- Vamos esclarecer aqui uma coisa… — Olhou séria para mim.

- Quem faz aqui as perguntas sou eu. E quem as responde és tu. — Eu respirei fundo.


- É um belíssimo quarto. - Respondi a olhar para os meus velhos ténis.


- É teu. - Disse encostada à parede.




[Narradora]


O loiro ficou ainda mais confuso.

- Como assim eu... — O garoto engoliu em seco. - Eu não sei o que... — A morena não o deixou terminar, desencostou-se da parede e foi até ao garoto que com a proximidade moveu-se para trás à medida que a morena avançava acabando por cair sentado na cama que estava atrás dele, a morena ao ver a reação do garoto esboçou um sorriso maldoso:

- Com medo? — Perguntou com um sorriso perverso como se tivesse prazer em ver o garoto naquele estado, ela voltou a passar a língua pelos lábios. - Eu estou bem humorada hoje, então estou a pensar seriamente em relevar o teu erro de não abrires a porta quando eu te mandei. Amedrontado ele subiu o olhar até a morena, analisou tudo por uns segundos. Ele não poderia admitir que estava como medo, mais do que isso, estava aterrorizado com a situação.


- Onde estou ?? E o que quer de mim??! - O garoto aumentou o seu tom e quase gritou para a mulher à sua frente.


Isso fez com que o sorriso da morena se desfizesse em segundos dando lugar a uma expressão de ódio. Num movimento rápido descruzou os braços até agora cruzados e segurou bem forte no couro cabeludo do loiro puxando-o para trás com força, a sua cabeça tombou brutalmente para trás e os seus rostos ficaram frente a frente um com o outro e bem próximos. O rapaz gemeu de dor, a sua respiração acelerou e agora sim o medo apoderou-se totalmente de seu corpo. Flashes das torturas que aquelas velhas nojentas faziam com ele desde os seus 7 anos vieram à tona da sua memória, de quando era queimado por pontas de cigarro e cortavam o seu corpo só por diversão para ver o seu sofrimento.


- Para quem estava assustado à minutos atrás agora quer dar uma de macho alfa... Ah mas como eu odeio quando os homens querem assumir esse papel! Nunca mas mesmo nunca retornes a falar assim comigo. Senão eu juro que corto a tua língua e dou para os porcos comerem! — O aperto da sua mão ficou mais forte, o garoto engoliu seco mesmo sendo um tom de voz calmo e baixo sem se exaltar, foi tão dura nas suas palavras que fez com o garoto preso pelos cabelos estresse nos dedo da mais velha os olhos azuis mar cruzaram com os olhos cristalinos e frios dela.

Em que enrascadas aqueles dois demônios o tinham metido desta vez? - Pensou ele.


- Estamos entendidos? — Como o garoto não respondeu ela apertou ainda mais. - Estamos entendidos?!

- Sim. — Sussurrou ele. Ela libertou-o do aperto.

- Agora responde à porra da pergunta, garoto insolente! — Ordenou.

- Eu deveria ter ?? - O tom do garoto foi bem baixo e a sua voz voltou a ficar trêmula, a morena analisou o garoto. Hummm, aquela pergunta fê-la perceber o quão perdido o garoto estava.

- Isso depende de ti!? - Disse com maldade na voz.

- Com assim?? - O garoto interrogou.

- Estás a ver este quarto e esta casa ?

- Sim.

- Podes ter tudo isto, eu dou-te tudo aquilo que me pedires! Mas tudo tem um preço!

- E qual seria? - O garoto gaguejou ao pronunciar estas palavras.

- Podes ter isto e muito mais se fores obediente perante mim. Dobra-te às minhas vontades e eu dou-te tudo!

- E porque razão eu iria me sujeitar a isso? - O sorriso maléfico apareceu novamente no rosto dela, que mordeu o lábio inferior.

Quanto mais resistires mais divertido vai ser para mim. - Afirmou, colocando-se no colo do garoto com uma perna de cada lado, e em seguida passou língua pela orelha dele e sussurrou:

- Mas garanto que vou assegurar-me que vai ser bem agonizante e doloroso para ti.



[ Narrado por João Miguel ]


Fechei os olhos quando ela passou a língua pelos meus lábios, eu tinha as mãos apoiadas na cama desde que ela subiu em cima de mim, eu não sabia o que fazer ou como reagir.


Ela empurrou o meu tórax e fez-me deitar na cama, senti os seus lábios húmidos no meu pescoço.

A minha respiração acelerou, os meus olhos umedeceram, mas segurei as lágrimas. Quando senti as mãos dela passarem por dentro da minha blusa tentei fugir do seu toque, inutilmente. Quando abri os olhos uma lágrima escorreu sobre o meu rosto.


- Por favor, não me magoe... - Falei baixinho enquanto algumas lágrimas escapavam dos meus olhos sem que eu pudesse pará-las.


- Shhh… - Ela pressionou o dedo indicador contra os meus lábios. Suspirei, deixando o ar que estava preso nos meus pulmões sair.

Senti a mão dela vaguear pelas minhas calças e quando senti a sua mão passar por baixo do velho tecido das minhas calças jeans o medo cresceu no meu interior.


Engoli em seco.


- Por favor... Imploro-lhe. - A minha voz saiu trémula e rouca.


As suas mãos pararam de explorar o meu corpo e ficaram paradas por alguns segundos, durante esses segundos parecia que o tempo havia parado por completo. Eu não fazia ideia do que esperar daquele silêncio, isso era imensamente agoniante.


- Tudo bem!


Quando ela proferiu tais palavras, eu demorei um pouco para entender o que ela queria dizer. Saiu de cima de mim e foi em direção à porta, mas antes de sair deu-me um aviso:


- Eu vou-te dar um tempo para digerires que agora és minha propriedade. Mas fica ciente de que quando eu decidir que chegou a hora de tomar aquilo que é meu vou tomá-lo, quer queiras ou não. Respirei fundo quando ouvi a porta fechar e o som dos saltos a baterem no chão a afastarem-se. Passei as mãos até ao rosto, corri até à porta.


- Merda! - Estava trancada.


- Ahhhh!!! - Dei um grito de frustração e voltei a jogar-me para a cama.





(...)


Os meus olhos estavam a ficar pesados, e aos poucos e poucos o cansaço apoderou-se de mim.


(...)



- Menino acorde, acorde…


Quando abri os olhos vi uma senhora que sorria para mim.


- Meu deus menino, parecia uma pedra. Tem que se despachar, ela já deve estar furiosa, já está 30 minutos atrasado…


Eu olhei para ela confuso, não estava a entender nada do que a senhora simpática estava a falar.


- Vamos, levante da cama e vá tomar banho antes, antes que…


A porta do quarto foi brutalmente aberta, eu engoli em seco quando a vi entrar, estava calçada com umas botas vermelhas de cano alto, umas meias de vidro pretas, uma saia de cabedal lápis também ela vermelha e uma blusa bem decotada que emoldurava os seus seios.


- Vim ver o porquê da demora, ainda quero tomar o pequeno-almoço hoje! -Ela olhou séria para mim.


- O menino estava a dormir por isso… — Ela interrompeu a senhora “simpática”:


- Podes deixar Dora que eu cuido deste assunto. Vi a senhora de meia idade escapar-se pela porta. Ela foi até à porta e trancou-a.


- Não sei como funcionava na tua antiga casa mas aqui temos regras e horários a cumprir… — Enquanto falava caminhava na minha direção. - E eu detesto atrasos… — Não conseguia desviar o olhar dos seus lábios tingidos de vermelho vivo.


- Não tinha a mínima ideia que estava atrasado e muito menos qual o horário… - Respondi num tom de voz baixo.


- Eu sei, por isso é que mandei a Dora chamar-te, mas ao que parece não resultou e acabei por vir eu mesma resolver. Agora levanta-te e vai tomar banho.


Eu não contrariei, não me opus, não relutei, eu simplesmente levantei-me da cama e fui em direção à casa de banho.


(...)



Senti o meu corpo relaxar quando senti o jato de água quente bater no meu corpo.

Meu Deus... Há quanto tempo eu não tomava um banho de água quente...

Fechei os olhos e apreciei aquele momento.


Pena que não durou muito.

Fiquei em alerta quando ouvi a porta da casa de banho ser aberta. O vidro do box estava embaçado pelo vapor quente da água, consegui ver ela aproximar-se bem devagar, como se quisesse tornar a situação o mais agoniante possível, e com certeza estava a conseguir, a minha ansiedade estava lá no alto.

Suspirei fundo.


Quando ela finalmente chegou perto do box e abriu a porta, eu senti as minhas bochechas queimarem de vergonha, estava completamente nú à sua frente, a forma como ela me olhava deixava-me completamente embaraçado.


- Podia dar-me um momento de privacidade…


Ela entrou dentro do box e encostou-me contra a parede de pedra mármore que estava gelada, as roupas dela ficaram encharcadas pela água, assim como as botas ficaram alagadas.


Senti a respiração dela no meu pescoço.


- Primeira regra garoto…


Fechei os olhos quando senti os seus lábios aproximarem-se do meu ouvido.


- A única pessoa que abre ou fecha portas nesta casa sou eu e não tem essa de privacidade eu entro onde quero, olho para onde quero e quando quero.


Senti o meu rosto ficar mais quente.


Ela segurou as minhas bochechas com uma única mão, e aproximou os nossos rostos, que ficaram a milímetros de distância.


- Estamos entendidos?


Mordi o lábio inferior.


- Sim. - Sussurrei.


Ela segurou os meus cabelos e fez-me olhar nos olhos dela.


- Não ouvi, repete de novo garoto.


- Sim. - Falei mais alto.


Senti os lábios dela tocarem nos meus, beijou-me, fiquei surpreso, elas nunca me tinham beijado, eu estava tão surpreso e anestesiado pelo medo que nem correspondi.


Quando ela se afastou soltei o ar que tinha prendido nos meus pulmões, mas voltei a prendê-lo assim que a vi começar a tirar a roupa.


Neguei com a cabeça.


- Disse que me ia dar tempo. - Falei baixo sem olhar para ela.


Ela passou o polegar nos meus lábios e forçou a entrar na minha boca.


- E eu dei ontem à noite… — As únicas peças de roupa que lhe restavam no corpo era o bralette todo em renda negro, e as cuecas fio dental, também em renda da mesma cor.

- Mas o tempo acabou.


Eu aproveitei a nossa distância para conseguir sair de dentro do box e enrolar-me numa toalha.


- Eu já terminei o banho... — Ela interrompeu-me:

- Não, não terminaste. Vem aqui. — Falou séria, mas eu não movi um único músculo.


- Vem aqui agora!


O seu tom de voz fez-me tremer de medo.

Andei na direção dela de cabeça baixa, parei antes de entrar no box do banho.


A sua mão voltou a segurar nos meus cabelos, puxou-os, e forçou-me a encará-la.


- Eu estou a ser bem paciente, mas a minha paciência vai acabar e isso não vai ser bom para ti. — Cheirou o meu pescoço.

- Eu consigo ver o medo dentro dos teus olhos, consigo cheirá-lo, é melhor não me desobedeceres se não quiseres que esse medo se torne real.


Ela desfez o nó da toalha e fez-me voltar para dentro do box, fechei os olhos e suspirei fundo.

Um cheiro a morangos tomou conta da casa de banho, eu rapidamente abri os olhos para ver o que era.

Senti os dedos dela a massajarem o meu coro cabeludo.


Enruguei a testa.


Ela... Ela está a lavar o meu cabelo?! Com um champô de morangos?! Foi o momento mais confuso da minha vida.


- O que foi? - Perguntou ela.

Eu acho que a minha cara refletia o meu sentimento de confusão.


- Eu achei que… - Olhei para ela que continuava a dar-me banho e parei de falar.


- Podes perguntar garoto!


- O quê?


- Pergunta logo o que queres perguntar antes que eu mude de ideias.


- Qual o seu nome?


- Helena!




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